Bruins enfrentam revés na lotaria do draft e continuam à procura de treinador

A noite de segunda-feira foi amarga para os Boston Bruins, que sofreram um dos piores desfechos possíveis na lotaria do draft da NHL: a equipa garantiu apenas a sétima escolha, bem distante do desejado primeiro lugar, que acabou por ir surpreendentemente para os New York Islanders. Apesar disso, os Bruins mantêm a esperança de selecionar um jogador capaz de causar impacto imediato num plantel que, claramente, precisa de reforços em várias posições.

Mas além de talento no gelo, a equipa também procura liderança no banco. Durante a conferência de imprensa após a lotaria, o diretor-geral Don Sweeney falou sobre a busca por um novo treinador — uma busca que, ao que tudo indica, ainda vai demorar. Sweeney reforçou que está a seguir um processo criterioso, sem pressas, avaliando opções internas como Joe Sacco e Jay Leach, mas também de olho em candidatos que ainda estão ativos nos playoffs.

Entre os nomes que circulam nos bastidores estão Misha Donskov, assistente dos Dallas Stars, e Marc Savard, ex-jogador dos Bruins e atualmente adjunto nos Toronto Maple Leafs. Já é certo que David Carle, treinador da Universidade de Denver, não está nos planos. Sweeney parece determinado a quebrar o padrão da NHL de reciclar treinadores já conhecidos. Figuras como Peter Laviolette ou John Tortorella não estão entre as prioridades — a preferência recai sobre vozes novas, com ideias frescas. Por isso, o técnico Mike Sullivan, apontado aos Rangers, encaixa-se mais num projeto pronto a vencer de imediato do que num processo de reconstrução como o dos Bruins.

Apesar do otimismo do CEO Charlie Jacobs em relação às hipóteses da equipa continuar a disputar os playoffs, não foi imposta qualquer exigência de qualificação como condição para a permanência de Sweeney e do presidente Cam Neely. Jacobs afirmou que está disposto a ter “paciência”, desde que veja sinais positivos. E isso poderá ser mais plausível com um treinador jovem e em crescimento, capaz de construir uma nova base ao lado dos pilares David Pastrnak, Charlie McAvoy e Jeremy Swayman.

Claro que o próximo treinador também deverá estar preparado para a reputação de Sweeney de tomar decisões rápidas. Embora Sweeney tenha defendido-se na conferência de encerramento da época, os números não mentem: três treinadores já foram despedidos durante o seu mandato. Por isso, foi curioso ouvi-lo reconhecer essa perceção por parte dos candidatos ao cargo.

“Esta é uma oportunidade entusiasmante para qualquer treinador que esteja a ser entrevistado, e é isso que temos percebido — eles mostram-se muito motivados com a possibilidade de serem o próximo treinador principal dos Boston Bruins”, afirmou Sweeney. “Essa é a principal mensagem que tenho recebido: estão felizes por fazer parte deste processo de seleção.”

⋅ E mais um motivo para lamentar não estar nos playoffs da NHL, talvez o formato mais eletrizante de todas as competições desportivas. O jogo 7 entre Winnipeg Jets e St. Louis Blues foi prova disso. Os Jets, vencedores do Presidents’ Trophy, conseguiram escapar à eliminação com uma vitória dramática no prolongamento duplo. Nos últimos 1:56 do tempo regulamentar, marcaram dois golos com o guarda-redes retirado, empatando o jogo com apenas 2,2 segundos restantes no relógio. A tensão e adrenalina dos prolongamentos nos playoffs da NHL são verdadeiramente incomparáveis.

⋅ Outro destaque vai para Jim Montgomery, ex-treinador dos Bruins, que esteve muito perto de protagonizar a mesma surpresa que sofreu no ano passado com Boston. Apesar da eliminação, Montgomery merece elogios pela reviravolta nos Blues, equipa que assumiu apenas cinco dias depois de ter sido despedido. Conseguiu um registo impressionante de 19 vitórias, 4 derrotas e 2 empates nos últimos 25 jogos — incluindo um recorde da franquia com 12 triunfos consecutivos — garantindo um lugar nos playoffs que parecia improvável quando pegou na equipa com um modesto 9-12-1.

⋅ Enquanto isso, outro ex-Bruin continua em grande forma: Brad Marchand. O incansável avançado tem sido peça-chave nos Florida Panthers, campeões em título, que enfrentam agora os Maple Leafs na segunda ronda. Após ter contribuído com quatro assistências na série de abertura contra os Tampa Bay Lightning, Marchand, de 36 anos, somou mais duas assistências no primeiro jogo da nova série, ajudando na recuperação de uma desvantagem inicial de 4-1.